sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Geoglifos gaúchos

Com até 120 metros de diâmetro, centenas de anéis de terra no Rio Grande do Sul intrigam pesquisadores. Confira as imagens de satélite e tire suas próprias conclusões.
Brunos Farias

Visíveis até do espaço, centenas de anéis de terra no sul do país guardam um mistério sobre suas verdadeiras origens e funções. Com até 120 metros de diâmetro e presentes em diversas cidades do Rio Grande do Sul, segundo alguns moradores locais, estas estruturas seriam cercas de terra feitas por escravos no início da colonização. Nas mesmas rotas onde elas estão localizadas, entre Pelotas e Dom Pedrito (RS), também existem currais de pedra circulares com as mesmas proporções, velhas conhecidas da cultura gaúcha. Mas mesmo assim há quem cogite a possibilidade destas construções, apelidadas de geoglifos por serem melhor visualizadas do alto, terem raízes mais profundas, remontando à pré-história.

Construções usando taipas de pilão, feitas com argila, galhos e varas prensados, eram comuns no Brasil colonial. Currais de pau-a-pique parecidos também costumavam ser utilizados para marcação de gado, conforme conta o autor uruguaio Aníbal Barrios Pintos em seu livro “De las vaquerias al alambrado” (Ediciones Del Novo Mundo, 1967). No Uruguai e em Santa Vitória do Palmar (RS), alguns desses círculos cercados de árvores, já citados em 1820 por Auguste Saint-Hilaire, foram documentados como “currais de palmas”.

Segundo Pintos e os historiadores André Oliveira e Cláudia Teixeira, depois de cavadas as valas, eram transplantadas mudas de palmeiras, que tinham os espaços entre elas fechados com tiras de couro. Ao ver imagens das supostos cercados, Oliveira concordou com a versão contada pelos moradores: “Essas estruturas se parecem com os currais de palmas encontrados nesta região onde é peculiar a palmeira Butiá capitata. Realmente devem ser encerras, ou seja, currais. No caso de serem de terra deve-se analisar melhor as elevações, provavelmente realizadas por escravos”. O pesquisador estima a idade dessas construções em aproximadamente 200 anos, mesma opinião do professor Joaquim Dias, formado em História e expert no passado de Capão do Leão, que diz que “a época pode se situar desde 1780 até 1900, ou seja, é muito tempo”.




Os arames de metal só chegaram ao estado na década de 1870. Antes disso, as cercas eram feitas com muros de pedra ou com outros materiais como valas cavadas no chão, madeira beneficiada, ananás, bananeiras, pessegueiros e outras árvores frutíferas, bromélias, espinheiros, cana, cactus e até de pau-a-pique. Diferentes fontes falam das rotas usadas para transporte de vacas, cavalos e mulas passando por essa região já a partir do século XVIII, e foi encontrada em um antigo inventário menção a uma Estrada Real passando pelo local no século XIX. Além dos relatos de diversos moradores que chamam a Estrada do Passo dos Carros entre Capão do Leão e Pelotas, onde estão localizados alguns desses enormes círculos, de “Corredor das Tropas”.

Existem também inúmeras citações dos currais sendo usados pelos colonizadores da região durante o século XVIII, na época da preia do gado cimarrón, antes pertencente aos jesuítas. Segundo mapas antigos e outras referências, os tropeiros que transportavam esses animais realmente passavam por ali, além de fotos e textos situarem algumas desses currais de pau-a-pique e de pedra nos atuais municípios gaúchos de Pelotas, Capão do Leão, Aceguá, Bagé e em outras cidades próximas. Porém, mesmo sendo tão falados, é raro encontrar referências visuais sobre os tais cercados, o que mantém o assunto misterioso.

Apesar de tudo isto bater com a teoria dos anéis de terra como antigas encerras, eles também podem ter sido construídos por povos nativos. Nesse caso a tradição popular que fala das estruturas anelares no Rio Grande do Sul poderia estar equivocada ou simplesmente incompleta, assim como aconteceu com os geoglifos do Acre. Lá, pensava-se que eles seriam “trincheiras da Revolução Acreana”, porém a hipótese ficou defasada quando arqueólogos descobriram que foram povos pré-históricos os autores daquelas construções.

Diferente do que sustentam algumas correntes mais tradicionais da arqueologia, defensoras dos indígenas pré-colombianos como “pequenos grupos nômades que quase não causavam impacto no ambiente onde viviam”, essas pessoas podem ter mobilizado suas sociedades para a construção de fortificações, caminhos elevados, currais de pesca, monumentos funerários e centros cerimoniais, entre outras funções atribuídas pelos especialistas a essas estruturas de terra. É o que conta Charles Mann em seu livro “1491: Novas revelações das Américas antes de Colombo” (Ed. Objetiva, 2005). Exemplos disso são os mounds da América do Norte, os geoglifos do Acre, os cerritos e sambaquis do litoral sul/sudeste do Brasil, as elevações artificiais existentes no estado boliviano de Beni, e as antigas estradas e aldeias cercadas de fossos nas proximidades do rio Xingu, em Mato Grosso, entre outros.



Rodrigo Aguiar, co-autor do livro “Geoglifos da Amazônia - Perspectiva Aérea” (Faculdades Energia, 2005), fala sobre o método de construção das formas geométricas do Acre: “cortes são escavados, e a terra extraída é, cuidadosamente, depositada ao lado do sulco, formando figuras em alto e baixo relevo”. Aguiar viu imagens dos anéis de terra do extremo-sul gaúcho e disse estar convencido de que alguns deles também podem ser pré-históricos. Assim como o arqueólogo Fábio Vergara Cerqueira: “Pensei muito nesta hipótese quando vi as fotografias. Na medida em que se descobrem geoglifos no Acre, existe igualmente a possibilidade de geoglifos em nossos campos”.

André Prous relatou em seu livro “O Brasil antes dos brasileiros” (Jorge Zahar Editor, 2006) que as formas geométricas escavadas no território acreano, “muito parecidas com as assinaladas no Rio Grande do Sul, associadas à Cultura Taquara/Itararé, são em geral interpretadas pelos arqueólogos como estruturas defensivas e apresentam um fosso largo”, referindo-se àquelas já estudadas no norte/nordeste do estado. Esses sítios arqueológicos classificados como “estruturas anelares” têm entre 20 e 170 metros de diâmetro e também existem no Paraná, em Santa Catarina e até na Argentina.

É possível acreditar que eles sejam similares aos de Capão do Leão e outras cidades próximas se os compararmos a uma ilustração reproduzida por Letícia Morgana Müller em sua dissertação de mestrado “Sobre ossos e índios” (PUC/RS, 2008). O desenho mostra um dos anéis de terra citados por Prous com uma borda idêntica às dos geoglifos do extremo-sul. Mas Ana Maria Rüthschlling apimenta ainda mais a discussão ao relembrar em “Pesquisas arqueológicas no baixo rio Camaquã” (UNISINOS, 1989) que a cultura Taquara seria intrusiva na região de Pelotas. Isso poderia enfraquecer a hipótese dos geoglifos em questão serem resquícios desse povo, já que seria necessário mobilizar um bom número de pessoas para se produzi-los.

Ou seja: ainda há muito o que se estudar antes que se possa chegar a uma conclusão definitiva sobre os geoglifos do sul/sudoeste do Rio Grande do Sul. Até lá, a dúvida continua em aberto. Quanto tempo irá demorar até que todas essas estruturas anelares sejam escavadas e tenham suas verdadeiras funções e idades reveladas? Talvez muitos anos. Mas elas continuarão lá, inertes e silenciosas, à espera de alguém interessado em trazer à tona sua verdadeira origem.


Visualizar Geoglifos gaúchos em um mapa maior


Fonte: http://rhbn.com.br/v2/home/

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Marcas misteriosas em lavoura intrigam Cacequi

Notícias desta terça-feira mostra a avaliação de um ufólogo sobre as imagens apresentadas em reportagem do Jornal do Almoço. O repórter Luís Eduardo Silva mostrou sinais que surgiram em uma lavoura de arroz de Cacequi e que despertaram a curiosidade dos moradores. O sinal, que visto do alto tem o formato de estrela, foi descoberto pelo piloto Fernando Sudbrack. Ele fez fotos aéreas.
Agronomos já desartaram a possível presença de fungos ou doenças no arroz.
O ufólogo Hernán Mostajo afirma que se trata de um raio que caiu no local. Dificil é esplicar como esse raio não queimou o restante do arroz.
O proprietário do local afirmou por duas vezes que "algo caiu ali e levantou vôo", só não sabia explicar.
Nos últimos mêses e desde o ano retrasado o sul do Brasil tem se tornado alvo de marcas em plantações de trigo e outros. Seria o ensaio para um começo de uma nova onda dos aparecimento dos tais "sinais". é o que acreditamos e boa parte da comunidade ufológica já está direcionando seus pensamentos positivamente a isso.
Fiquemos mais alerta a outras possíveis evidências deste fenômeno.


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A suposta moeda extraterrestre


Já faz alguns séculos que numismatas de todo o mundo se intrigam ao se depararem com uma moeda um tanto quanto peculiar. Desenhado em uma das faces do objeto, existe o que muitos o interpretaram como sendo um disco voador entre nuvens ou então a roda de Ezequiel – pesquisadores afirmam que a roda de Ezequiel seria uma citação bíblica referente a UFOs ou até mesmo a discos voadores, entretanto a pareidolia nos faz olhar para determinado objeto e vermos o que mais nos apetece.


Acredita-se que foi feita na frança em 1680 e fundida em cobre. Possui o tamanho de uma moeda de 25 centavos de dólar, afirma o numismata Kemmeth E. Bressett do Colocado, ex-Presidente da Associação Americana de Numismática e proprietário da moeda. Ele acredita que poderia não ser uma moeda e sim um Jeton, objeto utilizado nos séculos 16 e 17 na Europa para ajudar as pessoas a contabilizarem moedas e quantidades de dinheiro. Talvez fosse usada também para substituir o dinheiro em jogos ou ações educacionais, porém até hoje só existe um exemplar deste objeto a conhecimento da comunidade cientifica. Contornando a borda da moeda existe uma mensagem escrita em latim que diz:


“OPPORTUNUS ADEST !”


Em português : “Estaremos aqui em uma estadia oportuna!”


Tendo em vista que um contato com civilizações extraterrestres ainda só não foi feito devido a nossa a falta de amor e consciência cósmica, poderíamos dizer que os extraterrestres estão nos avisando de que estarão conosco assim que o fizermos possível. Neste vídeo existe outra moeda parecida, mas não idêntica: clique aqui para assistir.


Qual a orígem desse objeto ? Qual a sua serventia ? E o que quer transmitir a quem tem acesso a ele ?


Fonte: Mochileiro Selvagem, link: http://www.mochileiroselvagem.com/2010/02/moeda-extraterrestre.html

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Mais previsões que não aconteceram!

O vídeo abaixo mostra uma entrevista com um homem que se declarava extraterretre. Um ser entrante. Algo como um AVATAR. Na linha de DOMINGOS YEZZI, Henrrique Guinati, Ergon Abraham e outros tantos fazia essas previsães a fim de deixar o povo apavorado e causar um choque nas platéias que os assistiam em palestras caríssimas. Eu estive com esse homem no saudoso Congresso águia Dourada e escutei sua história. Também detentor da patente de um aparelho milagroso que desenvolvia um exercício na glandula pineal, fazendo com pudessemos nos tornar um paranormal, Paul Laussac se sentia indiscriminado pela indústria faramaceutica, que o colocou na cadeia com denúncia de curanderismo.
Não dá para~deixar de relembrar mais esse suposto "messias da nova era" e suas afirmações que nem de longe aconteceram. O que pode ser legal de ver são os retratos de seus irmãos extraterretres...acredite se quiser.

LAGOA MISTERIOSA


Uma lagoa misteriosa com supostos fenômenos paranormais tem chamado a atenção dos moradores da redondeza da comunidade Anta Gorda. A Lagoa Graciolly fica localizada a aproximadamente dois quilômetros da rodovia PR-180 em Anta Gorda.

O Jornal Integração foi até o local e também ouviu alguns depoimentos de personagens que já presenciaram algum tipo de acontecimento no local.
Uma das histórias mais recentes ocorreu em dezembro de 2008, na qual um produtor foi até a lagoa pescar. De acordo com ele, no momento estava sentado às margens da lagoa quando um objeto estranho surgiu no céu.
Estava começando a anoitecer ouvi um barulho muito forte, que parecia até uma turbina de avião. Derepente do nada o céu escureceu de vez, um objeto estranho ficou sobre a represa e rapidamente sumiu no horizonte, disse o agricultor que preferiu não divulgar o nome.

Outra história real que chama bastante atenção aconteceu com uma jovem denominada Patrícia. Que quando era pequena, acompanhada de três amigos foi brincar as margens da represa. Uma colega pulou na lagoa e começou a se afogar, na tentativa de salvar a colega Patrícia se jogou na água e também começou a se afogar. Sempre ouvíamos dizer histórias de assombrações ou Espíritos no Local. Mas o que realmente me chama a atenção é que dos quatro que estavam na represa apenas eu estou viva hoje. Coincidentemente ou não isso assusta, disse.
Outra moradora da região afirma que há poucos dias presenciou a fato diferente viu uma forte luz naquela região. Era noite e meu marido foi desligar o aviário, foi quando eu ele viu uma forte luz e veio correndo me chamar. Era uma luminosidade muito grande, que sobre lagoa Graciolly, disse.
Outros casos

Outras estranhas histórias aconteceram nas proximidades da lagoa. No dia 05 de novembro de 1997 cinco pessoas seguiam de Cafelândia para Nova Aurora quando próximos a anta gorda se depararam com uma pirâmide colorida no céu. O fato aconteceu por volta das 23h30min. Na ocasião chovia e havia muita neblina no local. Segundo o radialista Valdecir Leite, o objeto voador estava a aproximadamente 10 metros do chão. Todos os ocupantes do veículo ficaram com medo e descartaram a hipótese de parar o carro, disse.

Na década de 60 já existiam casos de estranhas bolas de fogo no local. O senhor Humberto Fávero, conta que em 1969 populares da região diziam ter avistado uma dessas bolas de fogo no meio da mata que fica as margens da lagoa. Eles diziam que os objetos entravam no meio na floresta, disse Fávero, que também testemunhou fenômeno semelhante. O ano eu não me lembro muito bem, mas faz mais de dez anos. Numa madrugada de céu estrelado uma forte luz branca veio na direção minha e da minha esposa. Isso aconteceu por volta das 04h00min, até pensamos que era um avião, mas o objeto parou sobre a gente, clareou tudo num raio de aproximadamente 150 metros e de repente sumiu sem deixar rastro. Isso assustou a todos nós principalmente a égua que saiu em disparada após o acontecido, e depois nunca mais foi à mesma, completou.

Fotos

A reportagem do Jornal Integração e Valdecir Leite (que após o fato de 1997 passou a investigar os fenômenos) foram até a misteriosa lagoa investigar se havia algo de anormal na localidade.
As fotos que ilustram a matéria foram tiradas por volta das 15h30min, até os únicos objetos encontrados no as margens da represa foram varas de pescar. Mas ao descarregar as imagens das câmeras, duas fotos chamam muito a atenção.
Numa das imagens tiradas com a câmera de Valdecir Leite um ponto luminoso dourado surgiu na fotografia. Curiosamente numa das fotos tiradas com o equipamento do jornal, um ponto semelhante também pode foi encontrado na fotografia.
As fotos foram tiradas de ângulos diferentes, e os pontos luminosos estão numa certa distância da lente. As imagens foram encaminhadas para um especialista que está analisando minuciosamente as imagens, mas até agora o que ele pode adiantar é que não é nenhuma sujeira na lente ou reflexo do sol.

Possível explicação cientifica

De acordo com especialistas do grupo de estudos de óvnis, o ponto luminoso na imagem pode ser o denominado o fogo fátuo. Um gás especial que emana de substâncias vegetais e animais em estado de decomposição, chamado "hidrogênio fosforado gasoso". Este fenômeno ocorre muito em cemitérios e pântanos. É um gás que contém fósforo e hidrogênio, por isso queima com extrema facilidade, de forma lenta e com movimentos de acordo com a intensidade do vento.



Fonte: http://www.jintegracao.com.br/



O que é o fogo Fátuo - NEUS pesquisa

Fogo-fátuo é um fenômeno que ocorre sobre a superfície de lagos, pântanos ou até mesmo em cemitérios. Quando um corpo orgânico entra em decomposição, ocorre uma liberação de gás metano (CH4). Se em algum local houver condições de concentração do metano, o gás começará a concentrar, e se o clima estiver relativamente quente, ocorrerá uma explosão espontânea.

Essa explosão resulta em uma chama azulada de 2 a 3 metros de altura com um barulho característico. Geralmente, quando uma pessoa se depara com o fogo-fátuo, se assusta e sai correndo, fazendo com que o ar se desloque, dando a impressão de que o fogo está a perseguindo.
O fogo-fátuo pode ser um causador de incêndios nas matas. O fenômeno também pode ser facilmente confundido por pessoas místicas, como algo sobrenatural. A lenda do boitatá, por exemplo, foi baseada no fenômeno, onde os índios criam que o fogo da explosão era, na verdade, um monstro.




Colaborou com essa matéria Vadecir Leite

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

SERÃO OS EXTRATERRESTRES DE HOJE UMA VERSÃO DOS MONSTROS SÉCULO XVI???

Mesmo que isso não seja algo que inviabilize estudos sérios no campo da ufologia – e, pelo contrário, signifique uma interessante linha de investigação para ufólogos –, o meio ufologista está repleto de fabulações. Os relatos extraordinários abundam e, na verdade, acabam por ser uma das características fundamentais daquela que pretende ser a “ciência dos ufos”.

Encontrei subsídios muito úteis para pensar a questão na abordagem feita pela historiadora brasileira Mary Del Priore, professora na Universidade de São Paulo, em seu livro "Esquecidos por Deus: monstros do mundo europeu e ibero-americano: uma história dos monstros de Velho e do Novo Mundo (séculos século XVI -XVIII)", publicado pela Companhia das Letras em 2000.
Ela diz que, ao vasculhar uma produção historiográfica de 200 anos sobre o tema, conseguiu “Resgatar do fundo cultural europeu do século XVI ao XVIII, algumas estruturas mentais por meio das quais se concebiam os monstros e sua diferença.” Del Priore assinala que “‘O possível não se distinguia do impossível’. Os cronistas e viajantes afirmavam, mão sobre o coração, ser verdade o que diziam. Em nome de sua experiência pessoal? Raramente. Com freqüência, em nome da experiência de outrem, de alguém digno de fé, de quem se ouvira falar uma história ‘de verdade’ sobre monstros e monstrengos.”

Tantos relatos resultaram em um consenso geral e sólido, que só foi solapado pela afirmação e investigação “fundada na observação e na experiência”, o que configurou (e configura) a metodologia científica, não mais “confiando” em narrações de “arrepiar o cabelo” – tão prazerosas, tão anunciadoras do empolgante “fora do comum”, mas carentes de sustentação além do “juro que vi” ou “me disseram que viram com os próprios olhos” etc.

Ainda na introdução do seu livro, a historiadora anuncia, quase poeticamente: “Passeio por um universo insólito e ao mesmo tempo cotidiano, passeio pelas ‘marcas de nossos medos’, essa história dos monstros se esforça por penetrar e descobrir no espírito do passado o porquê do imaginário ser tão importante, tão digno de interesse e de poder quanto o visível.” E esta aí, também, um aspecto do respeito que devemos ter em relação aos relatos “ufológicos”, que todos os dias escutamos novos.


IMAGENS – No bestiário, livro com relações de monstros e afins, de Marcotelius, abade e filho de "Felipe, o Bom", príncipe francês nascido em 1396, havia a descrição, com ilustração, de um ser que tem conformações que se assemelham a de gravuras de extraterrestres contemporâneos. Trata-se do "cardeal do mar" (veja a ilustração em anexo), que Del Priory descreve como "imenso peixe dotado de cabeça humana coroada por uma mitra que, segundo uma história relatada por Petrorius, teria aparecido em 1433 no litoral da Polônia. Depois de ter entretido bispos locais, com os quais se comunicara por gestos, abençoou a todos, desaparecendo a seguir num sonoro e elegante mergulho."

Ufologistas poderiam dizer que "está aí mais uma confirmação da existência de seres extraterrestre desde séculos passados". Mas outra argumentação poderá dizer que os ETs são uma continuidade do atávico motor humano a fabricar suas fabulações, imprimindo nelas seus temores, expectativas, referências culturais e a vontade de emocionar-se com o transcendental, o não-ordinário, o incomum.

Eis o que me parece indicar o texto da professora da USP: Manter-se atento, não descartando, mas também não endossando imediatamente os relatos alheios – ou, mesmo, as nossas próprias visões!


FINALIZANDO – No capítulo de conclusão, a autora lança uma síntese, que também pode servir para as “histórias de ETs”, nos remetendo a mais e maiores estudos: “Há nessa trajetória uma quase universalidade de imaginação sobre os monstros em todas as sociedades, do passado e do presente. O que leva a pensar que eles [os monstros, ou ETs] têm, aí, um papel importante; os homens, todos eles, obrigam-se a construir mentalmente algo que lhes dê medo. E o medo pode ter suas fontes na religião, na ciência ou na política.”









Iuri J. Azeredo - comentarista do programa
Conexão Ufo, Rádio Comunitária de Santa Cruz do Sul (FM 109,5) e http://conexoufo.blogspot.com